6 de abr. de 2011

Arquitetura por Daniel Libeskind


Em meio as milhares de revistas empilhadas no criado mudo do meu quarto, encontrei uma matéria na revista ISTOÉ  (22 DEZ/2010) com uma entrevista feita pelo jornalista João Loes ao Arquiteto polonês Daniel Libeskind, um dos gênios da atualidade. Vou compartilhar algumas perguntas que me chamaram atenção na entrevista e espero que elas tenham alguma importância na carreira de vocês, nobres arquitetos:

ISTOÉ: O sr. tem uma ideologia que norteia seu trabalho?
Libeskind: Claro. Todos têm. A minha ideologia é simples: trabalhar de maneira aberta e promover a justiça, criando prédios que fazem sentido no espaço que ocupam e que estimulem a interação entre as pessoas. As minhas obras têm um papel ético na cidade em que estão. Esse papel pode ser descrito como o de não reforçar ideologias estabelecidas. Trabalhar alinhado a uma ideologia é limitante. Não bom para arquitetos, escritores e artistas. Não é bom para ninguém.

ISTOÉ: Há quem critique a arquitetura do espetáculo, que grita com suas formas, e prefira a arquitetura que sussurra. O que acha da moda da arquitetura espetacular?
Libeskind: A arquitetura que sussurra tem sua função: ser usada em lugares calmos e silenciosos. Você precisa da arquitetura que sussurra no cemitério, por exemplo. Mas cidades são lugares cheios de vida e energia. Não faz sentido sussurrar no meio de uma metrópole. Vamos deixar a palavra espetáculo de lado um minuto. A arquitetura sempre foi uma arte que precisa de força. Nunca acreditei na neutralização da arquitetura, como se fosse algo que devesse ter impacto no desenvolvimento de um lugar.

ISTOÉ: Prefere a arquitetura que grita por ser uma pessoa urbana?
Libeskind: Não acho adequado falar em arquitetura que grita. Prefiro falar em arquitetura que passa emoção e vida. Há ocasiões que a arquitetura sussurra, inclusive dentro das cidades. Em um hospital, por exemplo. Mas não na rua. O arquiteto tem de compreender o que ele está fazendo e se adaptar. Como um pianista, ele não pode só saber tocar o pianíssimo, ou forte. Tem que ter um espectro de emoções que vai do mais silencioso ao mais dramático. A construção de prédios e a concepção de projetos também devem ser assim, a vida é assim.

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